O tempo arranca cada fragmento de sanidade da alma, cada vez que por aqui passa.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

27.02.2011

Sentem-se os lábios secarem,
Como a carne apodrecem ao sol.
Já não se rasgam mais recados
Que daquele mar imenso...
Foram pescados.

Os dias acabam calados,
Prendem-me na alma gritos perdidos
E sangram os meus olhos magoados...
Enquanto me queimam os ouvidos.

E o cansaço é abatido sobre a rua:
Um sítio de sonhos vagabundos
Que congelados ou efémeros...
Tornaram-se pelo tempo imundos.

Este chão está sujo e gasto pelo tempo.
E as mãos traçam já o esboço
Daquele gesto perdido num momento
Enterrado até ao osso.