Não queiras tu ser o outro
Nem ser dona do que ele tem
Pois a inveja é desgraça
Do coitado a quem vem.
Dizias tu ser o mundo em carne viva
De peito erguido e bandeira na mão
Mas despes a alma... é só ferida
Lúcida no espelho da ilusão.
Pensas que já sabes amar e beijar
Mas teus lábios são secos como o sal
E na controvérsia deste poema
Já lhe tentaste extrair o mal.
Agora vem ler vestida de preto
E encontra em minhas palavras, o medo
Rouba me a oração de carvão
Que é fogo que arde no rochedo
A que tu chamas coração.
Mas digo sem a mágoa que de mim sumiu:
Não há quem sinta, como este sentiu!