Em certos momentos da nossa vida temos de agarrar no presente e deixar aquilo que temos de mau para trás. A vida, realmente, é complicada, exige demasiada responsabilidade e dá-nos um baralho de drogas e doenças a que nós temos de encontrar a cura. Encontrar a cura pode custar, pode destruir o nosso tempo e desperdiçar a nossa energia. Por vezes, procurar a cura, leva-nos á doença. Passamos uma grande parte do nosso tempo a acreditar que um dia vai tudo voltar a ser como de antes, e que vamos voltar a sorrir e acreditar naquilo que parece improvável.
Aquilo que temos hoje, não é aquilo que tivemos no passado nem será aquilo que temos no futuro, por isso devemos jogar só com as cartas que temos no ‘’baralho’’ e não esperar que alguém nos atire mais umas quantas. Já tive no meu baralho a solução para grande parte dos problemas que tenho agora, e continuei a esperar que essas cartas estejam escondidas no meio das outras. E esperei. E elas não apareceram.
A complexidade da vida existe na responsabilidade que temos para connosco próprios de sermos felizes. Engolir todo o incomodo que as relações do presente têm e ‘’seguir em frente’’ não vai fazer de nós heróis como muita gente pensa. Seguir em frente ou não é relativo, nunca abandonamos partes que nós que ficam para trás. Mas, no entanto, aprendemos com as nossas experiências que fugir não nos torna mais fracos ou fortes. Fugir da dor e do medo em vez de os enfrentar é também um acto de coragem. Caso o façamos, temos de prestar contas a nós próprios e vamos acordar a pensar que fomos cobardes, mas não fomos. Fomos apenas corajosos o suficiente para ir embora do perigo e acarretar nas costas sentimentos de arrependimento ou culpa.
Posso fugir muitas vezes aos meus medos, e hoje é um desses dias. Mas isso não vai fazer de mim fraco nem forte. Vai apenas fazer de mim alguém que desistiu de aguentar com as esperanças e sonhos de que vou encontrar no meu baralho a carta que me vai fazer sair desta droga. Porque, apesar do passado ter sido uma parte de mim, já passou. Agora, toda a dor, felicidade, esperança ou outro momento que tenha passado… São só memórias.
"A complexidade da vida existe na responsabilidade que temos para connosco próprios de sermos felizes." Não podemos estar dependentes dos outros para a conquista da nossa própria felicidade devemos de a buscar independentemente de tudo e de todos.
ResponderEliminarMuitas vezes fugir revela sensatez e sabedoria.
Gostei do texto!
Fiz o mesmo: amei, fui feliz e magoei-me, tentei usar uma carta para me esconder, e outra para reparar a dor. Uma parte minha queria ficar no passado e a outra queria seguir em frente... Até que percebi o que precisava, deitei o baralho fora, mostrei a minha dor e agora o passado é passado, memórias desgastadas que se vão de cada vez que a felicidade entra na minha vida, e ler os teus textos fazem qualquer pessoa feliz :)
ResponderEliminar"A complexidade da vida existe na responsabilidade que temos para connosco próprios de sermos felizes" Amei esta frase! :) E o texto em si super bem delineado e coerente ! Gostei mesmo*
ResponderEliminarEu sigo-te :)
as memórias..ficam sempre connosco
ResponderEliminaradorei! As memórias são o melhor que temos, nunca desaparecem (:
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