O tempo arranca cada fragmento de sanidade da alma, cada vez que por aqui passa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Velho silêncio

Não sei porque não acreditar
Quando me dizes que o céu tem cor
Mas o velho disse-me para duvidar
Sobre o que dizes tu, ser amor...

Um dia na berma do rio
Lá estava o velho sentado
Num banco de madeira vazio
Com o coração nas mãos tragado.

Disse-me que o passar do tempo
Não tinha secado de mim o amor sentido
E que tinha saudades do momento
De lábios de sangue em meu ouvido.

O silêncio ouve o lamento sozinho
Mas não chega o que a palavra mostra
É agora altura de seguir este caminho?
Quero eu saber esta resposta...?

Oh cruel dúvida, oh depurada
Tens tu peito vazio de quente emoção
Mas no fundo desta alma condenada
Era sabido que o velho tinha razão...
Dedicado à primeira pessoa que o leu,
depois de ter sido escrito.

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